No mês da conscientização sobre a infertilidade, médico indica planejamento reprodutivo e até congelamento de óvulos como técnicas de preservação da fertilidade feminina
Pelo menos 15% dos casais apresentam problemas de fertilidade, que ocorrem quando um homem e uma mulher se relacionam sexualmente por até doze meses, mas não conseguem engravidar. Pensando na conscientização sobre o tema, o mês de junho foi dedicado à conscientização sobre a infertilidade, já que, atualmente, a Organização Mundial da Saúde considera a dificuldade de gerar filhos como uma espécie de “doença” do sistema reprodutivo.
O médico Marcelo Cavalcante, ginecologista especialista em reprodução humana, lembra que as mulheres estão adiando cada vez mais a hora da maternidade e essa mudança tem feito com que essas futuras mães encontrem maiores dificuldades na hora em que realmente desejam engravidar. Contudo, existem formas de preservar a fertilidade feminina, adianta.
Segundo o especialista, o indicado é que essas mulheres realizem um planejamento reprodutivo, de acordo com as próprias expectativas de quantos filhos desejam gerar.
“Se uma mulher deseja ter pelo menos três filhos, ela precisa começar a engravidar logo após os 25 ou 27 anos. Porque ela pode encontrar problemas caso comece a ter esses três filhos após os 30 ou 35 anos. Então, quanto antes ela puder responder a essas três perguntas, melhor: se deseja ter filhos, quantos filhos pretende gerar e quando quer começar a engravidar”, indica Cavalcante, sobre o planejamento.
Para quem não sabe quando pretende engravidar ou se pretende, mas deseja manter a possibilidade em aberto, há a técnica de congelamento de óvulos.
“A mulher já nasce com a quantidade de óvulos pré-determinada e ela vai tendo que administrar a utilização desses óculos ao longo da vida reprodutiva. Ela não produz novos óvulos. Isso é o que a gente define como reserva ovariana”, explica. Com o congelamento, essa reserva pode ser preservada com segurança.
A técnica é conhecida entre famosas, como as atrizes Paolla Oliveira e Fernanda Paes Leme que decidiram congelar os óvulos e decidir se serão mães no futuro.
São diversos os fatores que contribuem para problemas reprodutivos, aponta o médico. Desde aspectos comportamentais à doenças. O problema também diz respeito ao casal e não somente ao homem ou à mulher.
“Cuidar da saúde no dia a dia, praticar exercícios físicos regularmente, não exagerar no álcool e se alimentar de forma saudável também são formas de manter a saúde reprodutiva”, afirma.
Para entender o que pode estar causando a infertilidade, é necessário buscar avaliação médica especializada, aponta Cavalcante. A depender do caso, diversos procedimentos podem ser acionados para garantir a geração da prole, tais como fertilização in vitro, indução de ovulação, por exemplo.
Para mais informações sobre o assunto, sugerimos conversar com o médico especialista em reprodução humana, Marcelo Cavalcante.