Exposição “Habitantes”, do fotógrafo Celso Oliveira, abre dia 09 de dezembro no Museu da Cultura Cearense do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura

A mostra retrata pessoas e vidas no Ceará, Nordeste brasileiro e América Latina em 60 fotos e projeções de imagens, que vão de 1975 a 2022, festejando também os 48 anos de trajetória do artista visual.

 

“Habitantes” nomina a exposição do fotógrafo Celso Oliveira em que, festejando os 48 anos de carreira do mestre das imagens humanizadas, exibe a sua trajetória profissional, iniciada em 1975, retratando a forma poética com que o seu olhar capta o ser humano em seus estados de vivências. A mostra abre no próximo dia 09 de dezembro, ficando em cartaz até março de 2023 nas duas salas de entrada do Museu da Cultura Cearense, no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura. A comemorativa exibição conta com o apoio institucional da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará (Secult-CE), por meio do edital Mecenas e patrocínio da Coca-Cola.

 

Os retratados da exposição “Habitantes” são viventes de diversos lugares do Ceará, como também de vários estados brasileiros e até de outros países da América Latina, congregando nessa “grande celebração da diversidade humana que, afinal forma nossa única identidade, a humanidade”, arremata Oliveira, que é também o curador da mostra.

 

O Projeto traz as quase cinco décadas de estrada em que Celso permanece fotografando esses “Habitantes”, cujo título vem exatamente dessa essência marcante do seu labutar, como ele próprio explica: São “vislumbres através das lentes, que percorrem lugares e suas gentes, sempre sob indagações e reflexões acerca e de quem se deixa fotografar, sendo normalmente pessoas simples em suas localidades no mundo, guardando desde a resistência em sair de seus recantos à coragem de desbravar outros espaços desconhecidos, ou mesmo o temor de reconhecer âmbitos que não são os próprios habitats”, detalha o fotógrafo, que ainda referenda “o sertanejo que nunca foi ao litoral, os interioranos, suburbanos e aqueles que se deslumbram, por exemplo, com seus primeiros banhos de mar e vislumbres de plagas diversas às que vivem.

Nas 60 fotografias expostas em tamanhos variados, impressas pela Elton.artprint, as visões de Celso Oliveira acerca da condição humana. Desde os princípios da sua produção nos anos 1970 até fotografias recentes, datadas de 2022, a exposição é “um grande apanhado em que dá para compreender as dimensões do meu olhar”, sintetiza sobre a mostra, que conta ainda com suporte de audiodescrição das obras para maior acessibilidade de públicos. A mostra “Habitantes” e os 48 anos de trajetória profissional de Celso também poderão ter acesso através do site https://cofoto.com.br, no qual se pode visualizar mais de 250 imagens do fotógrafo, além dos textos com depoimentos de jornalistas e pesquisadores sobre o seu trabalho, entre eles, Tuty Osório, Demitri Túlio, Dilmar Miranda, Valéria Alemão e Silas de Paula.

O conteúdo da exposição traz à tona a obra do fotógrafo em sua essência, resgatando imagens de pessoas em seus vários recantos – sendo a maioria dos registros pelo Nordeste do Brasil -, registradas nessas viagens de Oliveira ao longo de sua longeva trajetória. Além de ser um “passeio” pela obra de Celso Oliveira, “Habitantes” faz leitura pertinente sobre a identidade cultural dos povos latino-americanos. Andarilhos vagando ou reconhecendo os mundos, inclusive os seus universos mais próximos, são reflexos que contemplam, também, a própria condução dos fotógrafos, já que “somos, nós mesmos, andarilhos em busca de lugares de ser e ver, aos outros e a si. Tanto é assim que “me vejo muito nos meus trabalhos, sou partícipe das minhas fotos, e os registrados nessas imagens sentem isso, que queremos fazer parte dos focos”, afina o fotógrafo carioca, residente em Fortaleza já há 42 anos.

O olhar curioso, crítico e poético do autor revela tanto a aproximação quanto o distanciamento entre os seres humanos, habitantes do globo terrestre. Ao centrar o ser humano como o elemento primordial de sua obra, Celso estimula a si e aos expectadores “a compreendermos que somos gente, diferentes ou iguais; as imagens revelam o que é essencial para a existência humana, que temos por condição a pluralidade”, explana. Retratar o ser humano é um ofício caro a Oliveira, que considera seus registros como uma investigação constante sobre as pessoas enquanto habitantes deste rico planeta Terra.

Olhares, gestos, jeitos, cores, sorrisos, tristezas e costumes, enfim, toda a diversidade de imagens captada pela subjetividade do olhar do fotógrafo traduz um sentimento de Celso que revela ser também um convite. Um convite à reflexão de que todos fazemos parte de um mesmo globo, que mesmo distante em lugares, somos próximos por nossa única condição humana às integrações como “Habitantes”.

 

 

 

 

Sobre Celso Oliveira

Celso Oliveira tem um olhar diferenciado que conquistou o Ceará, o Brasil e o mundo. Seu trabalho se volta, sobretudo, ao registro de manifestações culturais e festas populares do Nordeste. Carioca de nascimento e cearense de coração, começou a carreira em 1975 como assistente de laboratório no Estúdio Fotografismo e Artes, no Rio de Janeiro. Em seguida vai para São Paulo, onde trabalha para jornais e revistas, como Veja, IstoÉ, Visão, Tênis Esporte e O Globo.

Em 1980 chega a Fortaleza (Ceará), onde integra a equipe coordenada por Chico Albuquerque (1917-2000) no jornal O Povo e participa do grupo de fotógrafos Dependentes da Luz. Na capital cearense, junto ao fotógrafo Tiago Santana, em 1994, cria a agência e editora Tempo D’Imagem com o objetivo de desenvolver ensaios documentais e livros de Fotografia. Participa de diversas exposições, tanto no Brasil quanto no exterior, entre as quais se destaca o 5º Colóquio Latino-Americano de Fotografia, na Cidade do México, em 1996. No fim da década de 1990, com Tiago Santana, Antonio Augusto Fontes, Ed Viggiani e Elza Lima, desenvolve o projeto Brasil sem Fronteiras, documentando as cidades fronteiriças do Oeste do País.

Atualmente, Celso também está em cartaz no Consulado do Brasil em Vancouver, Canadá, com a Exposição “Brasil Bom de Bola”, em que retrata em 22 fotografias, jogadores de futebol amador pelo seu País natal, a partir de imagens que também compuseram o livro do fotógrafo, lançado em 1998, com título homônimo ao da mostra em Vancouver, que permanece aberta até 06 de janeiro de 2023.

Serviço da Exposição “Habitantes” de Celso Oliveira

·         Abertura: Dia 09/12/2022, das 18h às 20h;

·         Onde: Museu da Cultura Cearense – Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura  (R. Dragão do Mar, 81 – Praia de Iracema, Fortaleza – CE);

·         Horário de Visitação: De terça à sexta das 9h às 18h (com entrada somente até às 17:30h). Sábados, domingos e feriados das 13h às 18h (com entrada até às 17:30h);

·         Agendamentos podem ser feitos através dos seguintes contatos:

Telefone (85) 3488-8621

E-mail: agendamentosmuseus@idm.org.br  / mateus.leitao@idm.org.br .

·         Encerramento: A exposição tem duração de três (03) meses, seguindo em cartaz até 12/03/2023.