Inclusão por todos

 

 

A pauta da inclusão social está presente na minha vida muito antes da entrada na política, que foi uma decisão tomada em família, já que a exposição seria de todos e não apenas da candidata. A inclusão por qual tenho trabalhado, durante longos anos silenciosamente, é ampla como a própria palavra em si. Tenho um filho deficienteKaio, hoje com 15 anos, que foi meu combustível para vencer essa luta diária. Com ele, abracei e abraço muitos outros Kaios, advogando para que consigam ter assegurados os seus direitos básicos a tratamentos de saúde, educação, lazer e, acima de tudo, sejam respeitados por sua condição física ou por sua opção de vida. 

O Direito é a porta para se fazer justiça e eu escolhi usar a ferramenta que tenho para ajuizar ações em prol de centenas de famílias cearenses que encontram inúmeros obstáculos para conseguir desde o medicamento até o tratamento especializado para seus filhos. A dor dessas famílias é minha também, pois a qualidade de vida é indispensável para a sobrevivência digna daqueles que dependem do outro. Quando se busca a saúde de uma pessoa com deficiência, todos ganham. É sobre uma cultura de inclusão, que precisa do olhar e da empatia de toda a sociedade, independente de bandeiras partidárias. 

Minha voz e meu trabalho como advogada não param por aí. Tenho lutado por mais espaços inclusivos, a exemplo das escolas, que abracem cadeirantes, autistas, cegos, surdos, população negra, indígenas, pessoas com nanismo, LGBTQIA+ e com doenças raras. Estamos falando de cerca de 17 milhões de pessoas com deficiência (PNS 2021); 91 milhões de pessoas negras (Pnad Contínua com características gerais dos moradores – 2022); 896,9 mil indígenas, de 305 etnias ou povos (IBGE 2022); 2,9 milhões de pessoas de 18 anos ou mais que se declaram lésbicas, gays ou bissexuais (IBGE 2022); e 13 milhões de pessoas com doenças raras (IBOPE). 

Buscar uma vaga no Senado Federal, para mim, é muito mais que ampliar a participação feminina no Congresso Nacional em discussões tão importantes como essas. É defender políticas públicas como instrumento de inclusão e que estejam em consonância com as necessidades da população, combatendo assim a segregação social e viabilizando a democratização de espaços e serviço. É ser a voz dos cearenses e dos brasileiros para mudar a realidade que vivemos hoje, com políticas de inclusão ainda tímidas e incapazes de garantir os direitos básicos dessa população.

Representar essas pessoas é saber o quão importante é a aprovação de uma matéria no Senado Federal. Nessa casa legislativa, recentemente os parlamentares disseram “sim” para a obrigatoriedade da cobertura de tratamentos fora do rol da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), conhecida como “rol taxativo”. É uma grande vitória para muitas famílias que buscam atendimento pelos planos particulares e o senado foi peça fundamental nessa garantia por meio do Projeto de Lei (PL 2.033/2022).

Por fim, ter o meu nome aprovado numa lista de seis nomes, sendo a única mulher, é ter a certeza de que o meu trabalho fala mais alto. 

 

Kamila Cardoso (Avante – 700)