Museu da Fotografia Fortaleza e Associação Fortaleza Azul promovem exibição do filme “Autismo: Vida Real” e roda de conversa no Dia do Orgulho Autista

Para marcar o dia do Orgulho Autista, celebrado em 18 de junho, o Museu da Fotografia Fortaleza (MFF) e a Associação Fortaleza Azul (FAZ) se uniram para promover um sábado de diálogos sobre o Autismo. A programação está marcada para as 14 horas deste sábado (18), com a exibição do documentário “Autismo: Vida Real”, seguida de uma roda de conversa reunindo pessoas autistas (algumas com participação no filme) e profissionais das áreas de saúde e educação. O evento é aberto ao público e será realizado no auditório do Museu.

Celebrado desde 2005, o dia do Orgulho Autista é uma data marcante para promover a conscientização da sociedade sobre a valorização das pessoas neuro diversas, dentro do Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), buscando compreendê-las e incluí-las nos diversos ambientes sociais, desde a própria família e a escola, passando pela valorização de habilidades no mercado de trabalho.

A programação tem início às 14 horas com a exibição do documentário “Autismo: Vida Real”, uma realização da Associação Fortaleza Azul (FAZ) e da Sinfonia Filmes e lançado no mês de abril, dentro das atividades promovidas pela entidade para o mês de Conscientização sobre o Autismo, cuja data mundial é o 2 de abril. Ao longo de 50 minutos, “Autismo Vida: Real” traz múltiplas visões acerca do Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), a partir de experiências, estudos e relatos de cientistas, médicos, psicopedagogos e terapeutas, e de vivências na prática por meio de depoimentos de pessoas autistas, seus pais e familiares, desmistificando estigmas e preconceitos acerca da condição.

Na sequência, será realizado um bate-papo sobre Autismo com as participações de Glairton Santiago, Ana Karynne Magalhães, Júlia Pinto e João Victor Ipirajá, numa conversa mediada pelo jornalista Mauro Costa. Glairton Santiago é especialista em Musicoterapia e em Arteterapia e professor nas áreas de Musicoterapia e Psicopedagogia. Foi diagnosticado com autismo na idade adulta.  Ana Karynne Magalhães, 38 anos, é artesã, palestrante, foi diagnosticada autista aos 34 anos, graduanda em Biomedicina e mãe da Mariana. Julia Pinto, 19 anos, uma autista artista, palestrante do movimento autista, artista visual, poetisa e fotógrafa experimental. João Victor Ipirajá é um jovem com autismo, ativista da neurodiversidade, aluno de Engenharia da Computação no IFCE Campus Fortaleza e líder do Capítulo IFCE do Google Developer Students Club. O jornalista Mauro Costa é pai do George, autista de 9 anos e diagnosticado aos dois anos.

Autistas representam cerca de 1% da população mundial

Dados da OMS estimam que 70 milhões de pessoas no mundo vivem com alguma forma do transtorno, o que corresponde a cerca de 1% da população mundial. No Brasil, ainda não existem dados oficiais sobre esse público. Sancionada em 2019, a Lei 13.861 passou a obrigar o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a perguntar sobre o autismo no censo populacional. Devido à pandemia, o censo que deveria ter sido realizado em 2020 só acontecerá neste ano. A partir de agosto de 2022, recenseadores do IBGE deverão passar a aplicar perguntas sobre o tema no questionário de amostra, como forma de mapear quantas pessoas vivem com o transtorno no País e quantas outras também podem ter, mas ainda não possuem o diagnóstico.

Para Daniela Botelho, presidente da Associação Fortaleza Azul (FAZ), a falta de um panorama sobre a população autista no Brasil dificulta a elaboração de políticas públicas voltadas para esse público.

Por falta de pesquisas concretas sobre a prevalência do autismo no país, o Brasil se baseia nos estudos do Center of Deseases Control and Prevention (CDC), agência do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, que, em dezembro de 2021 divulgou dados a respeito da prevalência de autismo entre crianças de 8 anos de idade. De acordo com o último relatório do órgão, houve um aumento de 22% em relação ao estudo anterior no número de crianças com autismo, que passou de 1 para cada 54 para 1 a cada 44.

Sobre a FAZ

Em Fortaleza, além do trabalho de acolhimento e inclusão junto às pessoas autistas e suas famílias, a FAZ, em parceria com profissionais de saúde, entidades governamentais e empresas, busca realizar ações que levem informações acerca do TEA para a população geral, para que, a partir do conhecimento possam se conscientizar e diminuir os estigmas sobre as pessoas que possuem a condição.

Entre as ações realizadas pela Associação também estão projetos como sessões de cinema adaptado para autistas; Jornadas de Autismo durante o Dia Mundial do Autismo, palestras em escolas e capacitação de educadores na inclusão de autistas nas escolas regulares; além de ações especiais em datas comemorativas e do projeto (TEA)MAR, que busca proporcionar bem estar, qualidade de vida e inclusão esportiva e social de pessoas dentro do Transtorno do Espectro Autista (TEA) e suas famílias, por meio de aulas gratuitas de stand-up paddle, esporte aquático que é uma variante do surf, no qual o praticante, em pé numa prancha, usa um remo para se mover através da água.

A atividade ajuda no processo de inclusão, de socialização e até mesmo como processo terapêutico, uma vez que trabalha o desenvolvimento motor e sensorial.

SERVIÇO

Exibição do filme “Autismo: Vida Real” e Bate Papo sobre Autismo

Data: 18 de junho (sábado) – Dia do Orgulho Autista

Horário: 14 horas

Local: Auditório do Museu da Fotografia Fortaleza (Rua Frederico Borges, 545, Varjota)

Gratuito

Inscrição: https://www.sympla.com.br/exibicao-do-documentario-autismo-vida-real-e-bate-papo__1607912