Promovido pela Somos Um, organização articuladora e fomentadora de negócios sociais do Ceará, o 3º ciclo da Trilha Impactar foi encerrado neste mês de março, em evento realizado no auditório do Uno Medical & Office, em Fortaleza. Com o objetivo de ajudar a fortalecer o ecossistema de impacto socioambiental no Estado e colocar em prática ideias inovadoras e iniciativas que contribuam para solucionar problemas sociais, o programa contemplou, nesta edição, cinco empreendimentos sociais selecionados em Fortaleza e em sua região Metropolitana (RMF) advindos de Organizações da Sociedade Civil (OSC’s) cearenses.
Na prática, a Trilha ajuda a desenvolver a definição e disseminação dos conceitos dos negócios, o estímulo à ideação e incubação de ideias e o desenvolvimento dos empreendimentos de impacto locais, contribuindo para que possam tanto resolver problemas quanto contribuir para a sustentabilidade financeira das organizações.
Além disso, os negócios participantes também puderam participar de um desafio, em que os negócios foram analisados por uma banca composta pela presidente da Somos Um, Ticiana Rolim, e por mentores especialistas e reconhecidos pelo Mercado – as consultoras Daniela Milério e Michelle Ribeiro, o empreendedor Moisés Santos e o professor universitário João Moisés – e três dos empreendimentos participantes ganharam prêmios em dinheiro para investir na operação e consolidação de seus negócios.
O ganhador do Desafio Impactar, que teve a premiação dobrada nesta edição, foi o “Zap das Verduras”, agraciado com o valor de R$ 25.000,00, seguido por “Mãos que Encantam” e “Autiamor”, que ficaram empatados. Ambos receberam um prêmio de R$ 12.500,00.
Ao longo de dez meses, as equipes de negócios participantes receberam qualificação para estruturar seu negócio social, passando por mentorias financeiras e de investimentos, desenvolvimento de planos de negócios, de produtos e de marketing, além de palestras e demais atividades orientadas pelo time da Somos Um e do Social Brasilis, negócio de impacto social cearense que conduziu a execução da metodologia da trilha nesse ciclo e além de especialistas convidados.
Ao todo, os negócios selecionados participantes foram:
– Autiamor: Negócio social que produz e comercializam acessórios, camisetas e jogos com a temática da causa autista. Os materiais são produzidos por autistas e mães de autistas, gerando renda e formação.
– Dubom: Negócio social que se propõe a ser uma agência de marketing e publicidade para negócios da Favela.
– Pão da Gente: Padaria artesanal organizada por colaboradores, participantes e mães da Edisca, visando reverter toda a venda dos pães para as ações socioeducativas da escola.
– Mãos que encantam: Negócio social que produz e comercializam acessórios e vestuários em forma de coleção com renda de bilro e crochê produzido por artesãs e marisqueiras da reserva Prainha do Canto Verde em Beberibe/ CE.
– Zap das verduras: Negócio social que cultiva e comercializam verduras, legumes e hortaliças sem o acréscimo de toxinas em combos ou cestas de forma semanal ou mensal para famílias da região da organização em Maracanaú/CE.
Para Jaíla Fernandes líder do “Mãos que Encantam”, iniciativa da Associação O Semeador, o processo de aprendizado foi grandioso. “A Trilha Impactar foi super importante nesse processo, definindo a questão da problemática que buscamos resolver até a questão da testagem do nosso produto. Poder ver nossos produtos prontos para serem comercializados nos emocionou e emocionou as mulheres de nossa associação que estão nesse projeto. Só temos a agradecer pela oportunidade de participar da Trilha e partilhar experiências com as outras equipes”, comenta.
“Meu sentimento é de gratidão. Só tenho a agradecer a todos que estão envolvidos na Trilha, pelo esforço, pela paciência e a troca de saberes que a gente teve tanto com os grupos quanto com a equipe de organização. Agora é tocar o nosso projeto. O primeiro passo já foi dado. O sonho já foi ‘startado’ e agora é seguir em busca de mais”, afirma Rafael Gaspar, do projeto “Pão da Gente”, realizado pela EDISCA.
Já Raquel Souza, do “Dubom”, idealizado pelo “Educa Mais Esporte” afirma que “a Trilha Impactar nos ensinou a superar desafios, a entender sobre modelos de negócios, a empreender socialmente e iniciar a empreender gerando impacto e ver esse impacto revertido para dentro da favela, além de nos ensinar a nos conhecermos cada vez mais, a entender que somos totalmente capazes de realizar todos os nossos objetivos”.
“Hoje nós vivenciamos a razão de existir da Somos Um: apoiar empreendedores para gerar transformação social no entorno onde eles atuam. Foi lindo de ver. Está acontecendo. A transformação é real. A gente só vai ampliar esse impacto. Para criar o setor 2,5 a gente vai precisar ensinar os negócios a gerar impacto e ensinar as organizações a ganharem dinheiro, pois são elas que chegam na ponta, conhecem as famílias. A Trilha Impactar foi criada para que elas possam superar e aumentar seu impacto com dignidade e não depender mais só de doações. A gente está aqui ajudando-as a criar negócios sociais para que o lucro seja revertido para as organizações”, comemora Ticiana Rolim, presidente da Somos Um.